O gerenciamento de risco no ambiente de trabalho não pode ficar de fora do planejamento estratégico. Levantar todos os perigos e riscos não apenas previne acidentes e falhas operacionais, mas mostra para os colaboradores que saúde e proteção são importantes dentro da organização.
No dia a dia das empresas, os riscos estão por toda parte. Eles podem surgir de falhas em equipamentos, processos mal planejados, condições ambientais adversas ou até de comportamentos inseguros. Por isso, o gerenciamento de risco existe para criar uma visão clara desses potenciais problemas e, mais importante, para agir antes que eles se tornem reais.
Neste artigo, conheça as 8 principais ferramentas utilizadas por grandes empresas para mapear riscos e aumentar a segurança em suas operações.
O que é gerenciamento de risco?
O gerenciamento de risco nada mais é do que um conjunto de práticas e estratégias que as organizações usam para identificar, avaliar e controlar ameaças que possam colocar em perigo e comprometer o funcionamento, a segurança e os resultados das suas operações.
No ambiente de trabalho, a gestão de segurança opera para:
- preservar a integridade física dos colaboradores;
- garantir a continuidade às atividades;
- cumprir normas e regulamentações vigentes;
- prevenir acidentes de trabalho;
- promover um ambiente de trabalho saudável;
- identificar e eliminar riscos, ameaças e perigos;
- diminuir custos operacionais sem afetar a segurança;
- reduzir as chances de paralisações, perdas materiais e, acima de tudo, danos à vida humana;
- contribuir no aperfeiçoamento constante dos processos de segurança e gestão de riscos.
De forma simples, o controle de risco é uma maneira de proteger a empresa, seus colaboradores e todos os stakeholders. Quando bem aplicado, o gerenciamento propicia a sustentabilidade do negócio a longo prazo, criando um ambiente de trabalho mais seguro, produtivo e em conformidade com as normas de segurança no trabalho.
8 ferramentas essenciais para o gerenciamento de risco no trabalho
A escolha das ferramentas certas é um passo estratégico. Cada uma delas oferece diferentes perspectivas para que o gerenciamento de risco seja feito conforme as necessidades do seu negócio.
1. Matriz de riscos
A matriz de riscos é uma das ferramentas mais utilizadas no gerenciamento de risco por sua simplicidade e eficiência. Essa metodologia ajuda para que os gestores identifiquem os riscos e os classifiquem com base em dois critérios principais: a probabilidade de ocorrência e o impacto que podem causar. Ao cruzar essas variáveis, os riscos são distribuídos em uma matriz visual, que destaca quais ameaças exigem atenção imediata permitindo a priorização das ações.
Por exemplo, a matriz de riscos é amplamente utilizada em setores industriais para avaliar falhas potenciais em máquinas e equipamentos. Ao analisar um processo produtivo, ela ajuda a identificar quais problemas têm maior chance de ocorrer e quais podem gerar os maiores prejuízos.
2. Matriz SWOT
A matriz SWOT, também conhecida como FOFA (Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças), é muito usada no planejamento estratégico, mas também é extremamente eficaz para o gerenciamento de riscos.
Por oferecer uma visão abrangente do ambiente interno e externo da empresa, a Matriz SWOT identifica fragilidades que podem se transformar em riscos e oportunidades que podem ser exploradas.
No contexto do gerenciamento de risco, a Análise SWOT é aplicada para mapear fatores que podem comprometer operações ou projetos. Um exemplo prático seria o uso dessa ferramenta para analisar os riscos de uma operação de serviços de manutenção de equipamentos pesados no ambiente urbano considerando não apenas as questões envolvendo a ação dos técnicos como também os riscos potenciais representados pelas pessoas que possam estar nas proximidades.
3. FMEA e HAZOP
O FMEA (Failure Mode and Effects Analysis) e o HAZOP (Hazard and Operability Study) são ferramentas complementares para fazer análises detalhadas de processos, sistemas e operações.
O FMEA se concentra na identificação de possíveis falhas e avalia suas causas, consequências e prioriza ações corretivas com base na severidade, probabilidade e capacidade de detecção do problema. Já o HAZOP é utilizado em indústrias complexas, como a química e petroquímica, para detectar perigos em processos operacionais e melhorar a segurança.
Um dos usos do FMEA é em linhas de produção, onde a Análise de Causa Raíz identifica falhas em máquinas ou produtos antes que causem interrupções. Complementando, o HAZOP é aplicado na avaliação de sistemas de controle de pressão em indústrias para garantir que não ocorram falhas catastróficas.
4. Lista de verificação (Checklists)
Os checklists são ferramentas simples, mas extremamente eficazes no gerenciamento de risco. As listas de verificação são muito úteis para padronizar inspeções e monitoramentos e faz toda diferença para que nenhum detalhe relevante seja ignorado.
Um checklist bem elaborado inclui informações como os processos a serem analisados, responsáveis pela execução e datas. Dessa forma, o documento fornece uma visão clara para auditorias e controles.
No ambiente de trabalho, os checklists são usados em momentos como inspeções de manutenção em máquinas, controle de EPIs, verificações pré-operacionais e muitas outras situações que precisam de um controle de segurança rígido.
5. Mapeamento de processos
O mapeamento de processos é mais uma ferramenta poderosa em que se pode visualizar, de forma detalhada, cada etapa de um fluxo de trabalho. Uma vez que são identificadas todas as fases de um processo, os gestores conseguem localizar gargalos, inconsistências e riscos ocultos que podem comprometer a eficiência e a segurança.
Essa abordagem é especialmente útil em empresas que possuem processos repetitivos e interdependentes, como no caso de mapeamento do fluxo de produção de uma fábrica e a identificação de onde há maior risco de falhas.
Empresas de Prestação de Serviços também podem se beneficiar de mapeamentos de processos, nos quais identificar oportunidades de otimizar o desempenho e reduzir a exposição a riscos.
6. Indicadores de desempenho (KPIs)
Os indicadores de desempenho (KPIs) são bastante comuns para medir a eficácia das estratégias de gerenciamento de risco. A partir de dados concretos sobre aspectos como a frequência de incidentes, a gravidade dos riscos identificados e o tempo médio para resolver problemas, os gestores podem monitorar o progresso das ações implementadas e ajustar estratégias conforme necessário.
De maneira geral, os KPIs são usados para acompanhar:
- frequência de acidentes;
- índice de conformidade com normas de segurança;
- tempo de inatividade causado por falhas operacionais;
- tempo médio de resposta a incidentes.
7. Sistemas de comunicação interna
A comunicação clara e eficiente é um dos pilares do gerenciamento de risco. Apostar em sistemas estruturados de comunicação interna permite que informações importantes sejam compartilhadas rapidamente entre as equipes. Desse modo, há uma redução no tempo de resposta em situações de emergência e maior alinhamento entre os colaboradores.
Portanto, esses sistemas podem ser usados para enviar alertas sobre condições inseguras, mudanças em procedimentos de segurança, atualizar equipes sobre incidentes ocorridos ou divulgar novos treinamentos obrigatórios.
8. Software de gestão de riscos
Os softwares de gestão e análise de riscos são ferramentas tecnológicas que automatizam tarefas como identificação, monitoramento e controle de ameaças. Em outras palavras, são sistemas que centralizam dados em painéis de controle personalizados e permitem maior rastreabilidade das ações realizadas.
O mais interessante é que nesse tipo de plataforma é possível gerenciar inspeções, relatórios, planos de ação e muito mais. Um exemplo prático é a solução da DKRO, que facilita o controle de rotinas de segurança e possibilita que equipes em campo e no escritório trabalhem de forma integrada e eficiente.
Como escolher as ferramentas certas para sua empresa?
A escolha das ferramentas de gerenciamento de risco mais adequadas é uma decisão estratégica que deve considerar diversos critérios. Cada organização possui características específicas, e entender essas particularidades é essencial para selecionar soluções que realmente agreguem valor aos processos e objetivos da empresa.
Um dos primeiros aspectos a avaliar é a adequação ao setor em que a empresa atua. Diferentes indústrias apresentam diferentes níveis de complexidade e tipos de risco. A escolha das melhores ferramentas deve levar em consideração essa complexidade operacional e adotar ferramentas mais ou menos sofisticadas, como o HAZOP, o FMEA ou checklists.
Outro fator determinante é a compatibilidade com os processos existentes. Antes de implementar qualquer ferramenta, verifique se o sistema possui boa aderência ao fluxo de trabalho atual, sem causar interrupções desnecessárias ou exigir mudanças drásticas que possam comprometer a produtividade.
A facilidade de uso e o custo-benefício também não podem ser negligenciados. Ferramentas complexas demais podem gerar resistência por parte dos colaboradores e acabar subutilizadas. É importante optar por soluções que sejam intuitivas, ofereçam treinamentos claros e apresentem um retorno palpável sobre o investimento.
A escolha das ferramentas certas é um passo estratégico para o gerenciamento de riscos, mas que requer análise cuidadosa e o envolvimento da equipe. Quando bem implementadas, essas soluções permitem a prevenção de problemas e a criação de um ambiente de trabalho mais seguro, integrado e produtivo.
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