A segurança e o bem-estar dos funcionários são dois pilares de qualquer organização que busca promover uma cultura de trabalho positiva. Nesse cenário, a avaliação de riscos ocupacionais é uma ferramenta indispensável para identificar e reduzir potenciais ameaças que possam comprometer a saúde e a integridade dos trabalhadores.
Além de lidar com recrutamento, folha de pagamento e outras funções administrativas, o departamento de Recursos Humanos (RH) tem o desafio de proteger os trabalhadores da organização enquanto garante que as condições de trabalho sejam seguras e em conformidade com os padrões legais.
Neste artigo, você vai entender o que são os riscos ocupacionais e como o RH pode utilizar ferramentas básicas para conduzir avaliações e tomar medidas que aumentem a saúde e segurança ocupacional na empresa.
O que é avaliação de riscos ocupacionais?
A avaliação de riscos ocupacionais é um processo de análise que identifica possíveis perigos e ameaças no ambiente de trabalho. Tudo o que pode colocar em risco ou comprometer a vida ou saúde dos trabalhadores deve ser analisado com rigor para que sejam tomadas as devidas medidas de proteção.
Portanto, o objetivo é a prevenção de acidentes e doenças ocupacionais por meio de análises para antecipar problemas antes que aconteçam — ou seja, são implementadas medidas preventivas, garantindo um ambiente mais seguro e eficiente.
Outro ponto que reforça a gestão de segurança ocupacional é estar em conformidade com padrões regulatórios. Como exemplo temos a NR-9, que abrange a prevenção de riscos ambientais, e a NR-12, intitulada “Diretrizes de Saúde e Segurança no Trabalho em Máquinas e Equipamentos”.
O cumprimento dos padrões e normas protege os empregados, mas também evita multas e outras implicações legais e financeiras para a empresa.
Por que o RH deve estar envolvido na avaliação de riscos?
Embora as questões técnicas da avaliação de riscos ocupacionais esteja sob a responsabilidade dos Engenheiros e Técnicos de Segurança do Trabalho, o RH tem um papel importante por ser uma ponte entre colaboradores, gestão e profissionais de segurança do trabalho.
Afinal, garantir condições seguras de trabalho também é uma estratégia de retenção de talentos e fortalecimento da cultura organizacional. Por isso, veja a seguir os papéis que o time de gestão de pessoas pode ter nas avaliações de risco.
Garantir um ambiente de trabalho seguro
O RH é um como um porta-voz da empresa capaz de comunicar de maneira efetiva as políticas de segurança e ajudar na conscientização dos riscos ocupacionais. Além disso, de forma mais prática, o setor pode atuar na implementação das políticas de segurança e em ações preventivas.
Contribuir para a retenção de talentos e aumento da produtividade
Ainda existem organizações que não dão a devida importância à segurança do trabalho, por isso empresas que têm ambientes seguros e saudáveis se tornam um diferencial competitivo para atrair e reter talentos.
Quando os colaboradores se sentem protegidos e valorizados eles tendem a ser mais engajados e produtivos. O resultado disso é a redução dos índices de absenteísmo e afastamentos por doenças ocupacionais, aumento da produtividade e diminuição do turnover.
Alinhar a saúde ocupacional à cultura organizacional
A segurança no trabalho não deve ser vista como uma obrigatoriedade burocrática, mas uma parte da cultura da empresa. Nesse sentido, o RH tem a missão de integrar a prevenção de riscos às políticas internas e obrigatoriedades para que a segurança seja um valor coletivo.
A incorporação e abordagem integrada da gestão de riscos fortalece o compromisso com ambientes de trabalho mais seguros e eficazes. Esse compartilhamento faz com que todos se sintam responsáveis pelo bem-estar geral e aumenta o sentimento de pertencimento à cultura da empresa.
5 ferramentas essenciais para a avaliação de riscos ocupacionais
Confira 5 opções de ferramentas que gestores de RH podem usar para identificar, avaliar e controlar os riscos presentes no ambiente de trabalho.
1. Checklists de Inspeção
Os checklists de inspeção são uma das ferramentas mais simples e práticas para conduzir uma avaliação inicial de perigos ocupacionais. O formato de marcação permite uma verificação sistemática das condições de segurança e conformidade, de forma que o documento seja usado como um guia estruturado para identificar possíveis perigos.
Um bom checklist garante que normas e boas práticas sejam seguidas e deve conter:
- Lista de itens padronizados a serem verificados em um setor, equipamento ou processo;
- Qual o tipo de risco: físico, químico, ergonômico e mecânico;
- Observações e detalhes sobre a inspeção;
- Identificação de não conformidades;
- Sugestões de implementação de ações corretivas.
2. Análise Preliminar de Riscos (APR)
Como o próprio nome já aponta, a Análise Preliminar de Riscos é uma das ferramentas mais úteis ao tentar detectar riscos antes que o processo ou tarefa tenha começado. Dessa forma, a APR é particularmente útil durante a fase de planejamento, pois prevê todos os riscos e ajuda a desenvolver controles adequados.
3. Matriz de Riscos
A Matriz de Riscos é uma ferramenta estratégica para categorizar e avaliar os riscos ocupacionais com base em dois critérios fundamentais: probabilidade de ocorrência e o impacto que seria enfrentado.
Dessa forma, com o uso da matriz o RH consegue estabelecer prioridades de ação baseadas em dados.
4. Mapeamento de perigos e riscos
O mapeamento de perigos e riscos é uma ferramenta visual que usa mapas e diagramas para estudar locais específicos e verificar quais são mais propensos a acidentes.
Os trabalhadores conhecem melhor do que ninguém os desafios e perigos do dia a dia, por isso são as melhores fontes de informação. Sendo assim, o RH pode promover entrevistas, pesquisas e reuniões para coletar percepções, relatos sobre os riscos enfrentados e mapear riscos menos evidentes.
Após coletar todos os dados e informações, é possível executar ações corretivas e reforçar a cultura de segurança interna.
5. Softwares de Gestão de Segurança
Os Softwares de Gestão de Segurança são ferramentas que automatizam e aprimoram a avaliação de riscos ocupacionais. É muito mais ágil, rápido e seguro, além de facilitar a identificação, monitoramento e controle de perigos no ambiente de trabalho.
Para o RH, essas soluções oferecem muitos benefícios, como a centralização de informações. Os softwares permitem ainda armazenar dados sobre incidentes, inspeções, EPIs e planos de ação em um único sistema, o que facilita o acesso e a análise em tempo real.
Como implementar essas ferramentas na rotina?
A importância da Avaliação de Riscos Ocupacionais requer uma abordagem estratégica e colaborativa. Veja quais as ações necessárias para garantir que as ferramentas sejam implementadas e aplicadas em todos os setores.
Treinamento da equipe
De nada adianta criar um plano robusto de segurança no trabalho e avaliação de riscos se os times não souberem como aplicá-lo. O mais adequado é que não apenas os colaboradores envolvidos diretamente na gestão de segurança e saúde ocupacional, mas também os líderes das áreas e processos sejam capacitados para entender como utilizar cada uma dessas ferramentas.
E não apenas isso, o treinamento deve ser contínuo, com atualizações periódicas sobre novas regulamentações e tendências tecnológicas. Além disso, é importante treinar os colaboradores para a análise crítica dos dados e para a tomada de decisões com base nas informações coletadas.
Envolvimento de todos os setores
A avaliação de riscos não é exclusiva do RH ou das equipes de segurança. O ideal é envolver todos os departamentos e mostrar como o trabalho conjunto aumenta a eficácia na identificação de riscos.
Incentive a comunicação entre as equipes e crie canais para que os funcionários relatem condições inseguras, façam sugestões de melhorias e que seja um espaço para troca de informações sobre riscos e soluções de segurança.
Monitoramento contínuo
A implementação das ferramentas de avaliação de riscos não deve ser um evento único. O dinamismo da organização e das atividades diárias abrem margem para que novos riscos apareçam, o que consequentemente pede um monitoramento constante.
Estabeleça rotinas de revisões periódicas, onde os dados coletados pelas ferramentas sejam analisados, e os riscos reavaliados com base nas mudanças no ambiente de trabalho.
Atualização regular dos dados e análise dos resultados
Assim como o monitoramento deve ser constante, as informações sobre riscos precisam sempre de atualização. Faça a coleta de dados, mas também analise os resultados para saber quais riscos estão se tornando uma preocupação primária, as ações que são necessárias e o que precisa ser aprimorado.
Uso de tecnologia
As ferramentas digitais são ótimas alternativas para manter a conformidade com normas regulamentadoras (NRs) e avaliar riscos. Programas especializados em gestão de segurança e saúde ocupacional ajudam na automação da coleta de dados, avaliação e comunicação entre equipes, o que traz resultados rápidos e mais precisão nos processos.
O uso da tecnologia na avaliação de riscos ocupacionais potencializa a prevenção de acidentes e reduz custos. Para o RH, isso significa uma atuação mais estratégica, integrando inovação e segurança para proteger o capital humano da organização.
4 benefícios de uma avaliação de riscos ocupacionais eficaz
Avaliar os riscos ocupacionais impacta diretamente os resultados da empresa. Veja quais são os principais benefícios para a organização.
1. Redução de acidentes e afastamentos
Ao mapear os riscos e implementar medidas preventivas, a empresa reduz significativamente o número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais. Com isso, muitos custos são diminuídos. Isso evita afastamentos e absenteísmo, garante a continuidade operacional e reduz gastos com substituições e indenizações.
2. Melhoria na saúde e no bem-estar dos funcionários
Se os riscos forem administrados de forma efetiva, a saúde e o bem-estar dos empregados estarão bem protegidos. Ambientes de trabalho mais seguros e menos ameaçadores criam um clima organizacional mais saudável, o que leva a menos estresse e a menos casos de lesões ocupacionais — incluindo questões de saúde mental.
3. Cumprimento das legislações trabalhistas e redução de passivos jurídicos
O cumprimento das normas de segurança do trabalho evita muitas dores de cabeça, entre elas multas e passivos jurídicos para a empresa. O mais sensato é investir na prevenção, e as avaliações são o ponto de partida.
4. Aumento da confiança e engajamento dos colaboradores
Ao cuidar da saúde e segurança dos funcionários, a empresa transforma o ambiente e reforça a confiança e respeito mútuo. Uma vez que eles se sentem valorizados, os níveis de engajamento também aumentam.
A segurança no trabalho é um compromisso que parte da empresa para os colaboradores e o envolvimento do RH na avaliação de riscos ocupacionais não apenas torna os processos mais eficazes, mas também reafirma o compromisso da organização com a integridade física e emocional de seus funcionários.Quer saber mais formas de transformar a segurança em sua empresa? Baixe o nosso guia exclusivo “Temas de DDS: Exemplos de diálogos para um ambiente de trabalho seguro”!